Texto


Naquela manhã acordei enjoada. Meio tonta. E o pior, com medo. Você me olhou preocupado, perguntou se estava bem. Sorri e disse que não era nada. Tomei um banho rápido. Escovei meus dentes. Fui para o quarto, você ainda estava deitado. Disse que eu estava radiante. Brinquei e disse que era o sol. Você levantou, me olhou e disse que eu era a estrela mais importante do seu planeta. Abri um sorriso. Me sentia culpada. Prendi meu cabelo, fiz uma maquiagem bem leve. Coloquei um vestido. Peguei minha sapatilha mais confortável, aquela que ganhei da sua mãe. Coloquei as coisas que estavam na bolsa marrom, na azul caneta. Quando cheguei perto da saída, ouvi você chamar meu nome. Virei lentamente. Você estava sério. Perguntou se eu não havia esquecido de nada. Sorri, fui em sua direção, te dei um beijo na bochecha. Virei as costas e novamente, fui em direção da porta. Então você disse: Eu falava da aliança… Faziam muitos meses que eu não a usava. Voltei, meio tímida. Coloquei a aliança, sorri. Sai rápido. Peguei um táxi na porta do prédio. Dei o endereço do laboratório. Rapidamente chegamos. Estava tão aérea que nem vi o motorista parando.O senhor acabou me chamando a atenção. Paguei e sai. Fiquei com medo de entrar por aquela porta enorme, pior que criança, mas entrei. Entreguei meus documentos a uma recepcionista. Ela me entregou um envelope. Sentei ao lado de uma senhora, que esperava. Ela sorriu. Perguntou o resultado. Disse que estava sem coragem de abrir. Ela se ofereceu. Eu entreguei o papel a ela. Ela sorriu e disse: Parabéns, você vai ser mãe. Agradeci. Sai pela porta, meio perdida. Antes mesmo de ouvir, eu já sabia o resultado. Mas preferia não saber. Sempre quis um filho. Um filho com o cara que eu mais amo. Um filho com o cara que eu me apaixonei aos 18 anos. Consegui… Mas infelizmente, não era com ele que eu estava casada!













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